sábado, 5 de novembro de 2016

o choque

eu bebia junto à umas minas na porta do rolê,
ouvindo aqueles papos de mulher amargurada,
reclamando dos homens e de suas desilusões.
típico e chato.

aquilo me cansava.
eu já queria bater a cabeça contra a mesa.
elas falavam que viriam amigas. não me animei.
esperava por outras semelhantes e, cara,
não tenho paciência pra esse tipo.

as ditas chegaram e medi cada uma com os olhos.
duas me chamaram mais a atenção,
eram diferentes no jeito de agir e vestir.
pura atitude, magreza e álcool.

uma delas me sacou,
lançou aquele olhar de canto e forcei a cara de bobo.
nos apresentamos e logo entramos na balada.

aquela pista alucinante, escura,
a estrobo tornando tudo em stopmotion,
com som alto mal se ouve alguém falar.
me via rodeado por todas aquelas mulheres,
mas, aquelas duas...
continuavam chamando a porra da minha atenção.
aquela que me lançou o olhar, movia-se sensual enquanto olhava.
ficava cada vez mais difícil me fazer de tonto.

fui ao bar suprir minha necessidade etílica,
e quando dei por mim, a garota do olhar colou em mim.
sua amiga ficara atrás filmando a cena,
como cinegrafista,
enquanto ela me pedia um beijo com semblante de desejo,
lábios rosados de batom.

daquele ponto da noite ao amanhecer,
brother...
foi choque.

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